Conhecimento e Política

Fazer filosofia, para Roberto Mangabeira Unger, ?pensar radicalmente. ?insistir em tratar dos assuntos mais importantes, ainda que tenhamos de faz?lo na fronteira do que seja poss癉el pensar e dizer. Resignado ao colonialismo mental, o pensamento brasileiro n緌 est?acostumado a tal ousadia. Neste primeiro livro, Mangabeira leva o leitor pela m緌 e se oferece como guia de seu despertar para a ambi誽o de compreender o mundo das ideias mais b嫳icas e influentes. Seu alvo ?rever tudo em nossos pontos de partida - na filosofia e na pol癃ica - que negue ou desmere蓷 nossa capacidade, como indiv獮uos e como povo, de criar o novo. O livro ressoar?num Brasil que est?pronto para se repensar e se refazer, e a passar pela desilus緌 da desilus緌. N緌 ?toa, o nosso autor trar?ao t癃ulo e ao cerne da sua an嫮ise e proposi誽o dois conceitos (e pr嫢icas) hoje atacados pelo ide嫫io totalit嫫io: o conhecimento e a pol癃ica. Conhecimento e pol癃ica, publicado em 1975, foi o primeiro livro de Roberto Mangabeira Unger. A editora LeYa Brasil o publica novamente agora, na tradu誽o primorosa da m綣 do autor, a poetisa Edyla Mangabeira Unger, para dar in獳io ?reedi誽o de toda a obra de Mangabeira no Brasil, uma obra que se mant幦 atual e, ao mesmo tempo, vision嫫ia. O tema do livro ?a supera誽o do mais influente sistema de ideias no pensamento Ocidental desde a Renascen蓷: conjunto de conceitos que abrange o individualismo e o liberalismo na pol癃ica, o ceticismo e o subjetivismo na 彋ica, e o empiricismo e positivismo na filosofia do conhecimento e da natureza. Desde que saiu da sombra de Arist鏒eles e do cristianismo, o pensamento ocidental se entregou, argumenta Mangabeira, ?constru誽o de uma maneira de pensar que o levou a contradi踥es insoleis e nos fez perder o rumo do esclarecimento e da emancipa誽o. No centro dessas contradi踥es est?um equ癉oco a respeito de quem somos e de como nos relacionamos com o mundo. Pensamos a partir de regimes de pensamento, mas n緌 temos de ser prisioneiros deles. Podemos subvert?los e transform?los para chegar mais perto da realidade. Precisamos participar de determinada sociedade e cultura. Nenhum regime social e cultural, contudo, nos serve como moradia definitiva. Da?a import滱cia de construir um regime que facilite sua pr鏕ria transforma誽o. Nesta obra, Mangabeira iniciou a longa busca do roteiro das rebeldias libertadoras no pensamento e na pol癃ica. E se levantou contra a tradi誽o intelectual que continua a nos acorrentar.